́´tás a falar assério? LII - à falta de coisa melhor
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*À falta de coisa melhor, trás lá essa merda, ouvi eu pela boca de um freguês flaviense, que caminhava esbaforido, já mesmo cambaleando. É extremamente complicado encontrar o ponto de equilíbrio (se ainda me lembro de alguma coisita de economia) no trade-off “paciência para as compras - aquilo que eu queria mesmo”. Eu também sou assim. Caraças, pá, custa assim tanto ter a certeza do que é preciso para o normal funcionamento da minha vida?, logo depois de uma descrição antecipada meio atabalhoada, sem informação precisa do que é pretendido e de onde o encontrar, que acaba com um vai lá, não te preocupes, tu sabes que eu gosto de tudo aquilo que me arranjas. A despedida agridoce, através dum tom que não abre mão da desilusão, mas que também não cai no pobre e mal-agradecimento, dá lugar ao ato desengonçado de enfiar o telemóvel no bolso, sem querer armar alarido, apesar de já ter estoirado o fogo de artifício, foda-se, é impressionante, não sabem fazer nadinha sozinhos. Mais valia ter ido eu. Quero ver o dia em que eu faltar a esta gente. Não há como recriminar esta frustração. Afinal, para que serve todo este trabalho de criar e sustentar laços com alguém se não for para passar a batata quente dos encargos?
15´38´´
Arte urbana em Chaves