´tás a falar assério? XXXIV – e eles a darem-lhe
I mean they say that every day
Is just another rotten mess
And when it´s gonna change, my friends
Is anybody´s guess
So I´m watchin´ and I´m waitin´
Hopin´ for the best
The Mothers Of Invention
45´
*Escolhi uma cidade erguida da montanha. Escolhi um curso que me leva a subi-la. Assim é todos os dias, logo pela manhã, que pela manhã é que se faz vida, feliz por aí acima. Gosto de ouvir os despertadores, sentir o espreguiçar dos braços, imaginar a boa vontade com que se erguem os motores deste país. Os negócios vibram à espera dos fregueses. A boa cara dos homens e mulheres que circulam desencontrados, ora subindo, ora descendo, não é atoa. Sabem que o país necessita do seu talento sob a forma de trabalho. E seguem acalentados pelos pequenos comerciantes que à porta do estabelecimento os saúdam com um bom dia e bom trabalho. A par do salário, o outro melhor incentivo. Enche-me o coração, quando passo na central sindical, ver os trabalhadores unidos, incentivados, risonhos, bebendo o cafezinho, dando dois dedos de conversa.
Desgasta-me chegar à universidade e ouvir palrar pela televisão o mesmo que ao sair de casa. E eles a darem-lhe com o raio da dissolução da AR e consequente queda do Governo. Por entre o progresso, há os que conjuram (a reação). Por entre aqueles cujo único desígnio é o nobre ato de governar em função da representação que lhes foi confiada, há quem se dê ao luxo de não ter agenda política para pensar na vida, ou aqueles que se nomeiam de oposição sem saber qual o botão a pressionar para a máquina ligar. Deixemo-nos de cantorias. Perguntemos ao país real qual é o seu real interesse. Ele vos dirá, a estabilidade. Pelo menos é o que disse a cidade de onde vos escrevo, 54,79% para o Partido Socialista.
27´18´´
@antoniocostapm / Foto: Clara Azevedo